Costa da Morte - Costa das Astúrias - Parque Natural de Somiedo
13-18 Julho de 2025


Uma Viagem de 5 dias e meio pela Costa da Morte, Rotas dos Faróis, Pelas falésias mais altas da Europa Continental, pela estrada da Costa Oeste das Astúrias, a subida ao alto de La Farrapona no parque natural de Somiedo, passagem por Las Médulas. Foi assim o percurso deste ano, que vou partilhar com vocês. 1.700 quilómetros de estradas incríveis.
DIA 1
Saímos de Valdigem, Lamego, depois do almoço em direção a O Grove, Pontevedra. 4h30 de viagem pela frente, cerca de 350 Km. O percurso que escolhi foi pela A24 até Chaves, Verín, Ourense, A52 até Vigo, Pontevedra e terminamos no Grove para uma caminhada ao final do Domingo. O hotel foi o Eurostars Gran Hotel A Toxa. Ainda deu para fazer 1h de corrida na passadeira antes do jantar. A opção foi jantar no hotel. jantar buffet de excelente qualidade.
DIA 2
Bem cedo, despertamos para o inicio da nossa jornada pela costa da morte, em direção à Corunha. Seria um dia longo, com muitas curvas junto ao oceano atlântico.
Na ilha A Toxa encontramos a "igreja das conchas" que na verdade é a Ermida da Toxa, também conhecida como Capela das Conchas ou Capela de San Caralampio. A sua característica mais notável é que as suas paredes estão completamente revestidas com milhares de conchas de vieira, simbolizando a forte ligação da ilha com o mar.
Depois de alguns bons quilômetros, 120 quilómetros e 2h de viagem até à nossa primeira paragem que foi na Cascata de Ézaro ou Fervenza de Ézaro assim conhecida. Situada perto de Finisterra, no município de Dumbría, esconde-se esta cascata, uma das mais incríveis da Galiza, a Cascata do Ézaro. É criada pela queda de água do Rio Jallas (em galego Xallas) diretamente para as águas do Oceano Atlântico, o que não é muito comum, pois a maior parte das cascatas ocorrem no mesmo curso de água. É possível levar a mota até quase à Cascata, onde se pode deixar num parque de estacionamento, gratuito, existente numa pequena área de lazer ali existente. A partir dali, um passadiço de madeira, junto à água, permite visitar, de forma mais próxima, a queda de água, a partir dos seus minis miradouros. A cascata é impressionante, pois corresponde a uma altura de 40 metros, com uma inclinação que atinge mais de 150 metros.
Seguimos em direção ao santuário da Virxem de la Barca, seguindo pela estrada DP-3404, cerca de 34 quilómetros, 50 minutos a conduzir. Este santuário da Virxe de Nosa Señora da Barca é um dos locais de peregrinação mais antigos da Galiza. Conta a lenda que a Virgem chegou aqui para animar o Apóstolo Santiago no seu trabalho de evangelização num barco de pedra cujos restos se encontram entre os grandes cais graníticos que o mar banha ao pé do santuário. Uma delas é A Pedra dos Cadrís, que simboliza o bote por baixo do qual os romeiros passam nove vezes num ritual ancestral para curar os males reumáticos; outra, a que simboliza a vela, é A Pedra de Abalar, um cais que se balança por baixo dos pés com alguma paciência, embora a lenda diga que só a podem fazer oscilar as pessoas sem pecado e, a terceira, A Pedra do Temón, que simboliza o leme do bote. Atribuem-se propriedades curativas a todas elas.
Na noite de Natal do ano de 2013 um raio atingiu um transformador elétrico perto do Santuário da Virgem da Barca em Muxia, causando um incêndio na igreja. O fogo, agravado por ventos fortes que se faziam sentir naquela noite, consumiu grande parte do santuário histórico.
Era hora de procurar um lugar para almoçar. "Lunes" em Espanha quase todos os restaurantes estão fechados, quase como em Portugal. Fizemos 26 quilómetros pela CP-1603 em direção a Camariñas onde almoçamos no restaurante "La terraza del Arnela". Chegamos 30 minutos antes de fechar e ainda tivemos a sorte de nos poderem servir o almoço. Valeu a pena.
A paragem a seguir ao almoço foi a 5 quilómetros de Camariñas, no Museu do Faro do Cabo Vilán.
Erguido a 125 metros de altura, o farol atual substituiu em 1896 o antigo que funcionava desde 1854 a vapor. Foi o primeiro farol de Espanha a funcionar com luz eléctrica. Desde o branco edifício de planta rectangular, com um passadiço coberto. A luz alcança as 40 milhas, sendo um dos faróis mais potentes de toda a costa.
Depois deste impressionante farol, seguimos para o Farol Roncudo. Uma viagem de 1 hora e 10 minutos, 54 quilómetros. Fizemos a estrada sempre junto à costa da morte, passando por Os Foxiños, Laxe, Ponteceso, sempre pela estrada AC-433 e depois pela AC-424.
Situado no cabo denominado assim pelo ruído que faz o mar quando bate nos cantis. Este farol é famoso pela beleza do seu ambiente natural e pelos afamados percebes do Roncudo. Este farol de cor branca está constituído unicamente por uma torre de 11 metros de altura e situa-se na rocha do Roncudo, onde se encontram os percebes de melhor qualidade aproveitando a maré baixa. Foi construído para sinalizar a entrada da ría de Corme e Laxe, entrando em funcionamento em 1920. O nome, que significa "ronco", vem do som que o mar faz ao bater nas falésias. A área é conhecida pela sua história de naufrágios devido às águas perigosas, sendo uma parte da conhecida "Costa da Morte".
A viagem continuou até ao Farol de Punta Nariga, a 20 minutos de viagem e a 18 quilómetros de distância. A viagem sempre pela estrada mais próxima da costa, pela AC-424 e depois pela DP-6801.
Com 55 metros de altura e 22 milhas de alcance, este farol está situado na aldeia de Barizo, trata-se do último farol construído em Espanha. Idealizado pelo arquiteto César Portela, também é o mais chamativo ao ser um farol anguloso de base sumamente pontiaguda. É toda uma referência no que diz respeito à integração da arquitetura na paisagem natural e no ambiente. Dá para subir até ao terraço que fica no primeiro andar e depois pelas escadas até ao terraço mais alto. Vale a pena pelas vistas.
A última etapa deste dia levou-nos até ao AC Hotel A Corunha. 55 minutos de viagem e 60 quilómetros de estrada. O dia foi mais longo do que os planos, o que fez com que não conseguíssemos ir de mota até à Torre de Hércules.
DIA 3
Depois de um bom pequeno almoço no hotel, teríamos outro dia longo pela frente. Talvez fosse o dia que tínhamos mais expetativas pela região que iríamos fazer. Não defraudou. Fizemos a estrada N-655 em direção a Cedeira durante 80 quilómetros e cerca de 1 hora e 10 minutos. Foi a paragem para o café da manhã.
De Cedeira até ao Cabo Ortegal foi incrivel. Impressionante a paisagem, a estrada. A opção foi pela estrada DP-2205, a melhor de todas.
Os primeiros quilômetros passam pelo cuidado vale do rio Condomiñas, um bom exemplo das vegas produtivas tradicionais. Superando o vale, começa uma subida em que a paisagem muda gradualmente, deixando para trás vilarejos e plantações.
A proximidade com a serra de A Capelada pode ser vista nas encostas da estrada e nas extensas áreas arborizadas. A presença de gado deve ser levada em consideração, principalmente devido à existência de passos que impedem o trânsito de animais.
O mirante do Chao do Monte é uma inflexão no itinerário. Com as primeiras vistas da vila de Teixido, a rota se abre definitivamente para o Atlântico, permitindo a partir deste ponto vistas contínuas sobre o mar.
A Serra de A Capelada oferece uma paisagem de uma área montanhosa: matagal, rochas, florestas de pinheiros... A proximidade da costa mostra contrastes únicos e permite vistas panorâmicas em 360 graus: a imensidão do Atlântico de um lado e o cenário cênico da serra do outro.
O monte Herbeira (615 m) é o ponto mais alto da serra da A Capelada e do município de Cedeira. A matriz paisagística que compõe esse espaço tem como base sua singularidade na configuração morfológica.
Com seus mais de 600 metros de altitude, Herbeira forma um penhasco de queda livre até o mar, com declives acentuados que excedem 80% de altura, sendo um dos mais relevantes do litoral continental europeu. Esta disposição permite a observação da costa como se fosse um corte geológico. O interesse geomorfológico do local é máximo. As poderosas falésias emergem do mar formadas por rochas que milhões de anos atrás estavam escondidas a mais de 70 quilômetros de profundidade e surgiram da colisão de dois supercontinentes.
A força do vento nesse ambiente é utilizada pelos moinhos de vento que convivem com o gado e com as frentes frequentes que impactam as montanhas. Os valores de uso coexistem com os valores da paisagem; pelas amplas vistas, tornou-se o local ideal para o estabelecimento de um posto de vigilância marítima, a Garita de Herbeira , originalmente do século XVIII, mas com obra atual de 1805.
Descendo até o cabo Ortegal, os mirantes seguem os dois lados da estrada, alternando as vistas do mar aberto ou do estuário de Ortigueira e do município de Cariño.
O complexo litológico de cabo Ortegal configura um ambiente espetacular coroado pela presença do farol a 125 metros acima do mar.
Da base do farol, se pode ver a monumentalidade das falésias de O Limo a oeste e as ilhotas conhecidas como Os Aguillóns a leste, parecendo alongar o cabo sobre o oceano e marcando a fronteira simbólica entre o Oceano Atlântico e o mar. Cantábrico De Ortegal , também a leste, à distância, se pode ver a Estaca de Bares, o ponto mais ao norte da Península Ibérica: o norte do norte.
O almoço foi no Chiringuito de San Xiao. Uma paragem obrigatória para petiscar algo.

Depois do almoço, seguimos pela estrada AC-862 em direção ao farol de Punta Roncadoira. 1 hora e 30 minutos de viagem e cerca de 72 quilómetros de viagem. Vale muito a pena este circuito pelo norte.
Este farol datado de 1984, começou a funcionar em 10 de abril de 1986, encontra-se na ria de Viveiro, consta de uma torre cilíndrica de cor branca com duas varandas de várias alturas. Desde os alcantilados pode-se observar numerosas espécies de aves migratórias que aninham na ilha Coelleira (mais de 15.000 ninhos).
Está situado a 94 metros acima do nível do mar, está muito próximo de Estaca de Bares e do Farol de San Cibrao, foi construído devido ao grande número de naufrágios que aconteciam nesta costa agreste e solitária, devido aos fortes invernos e muita neblina e nevoeiros que se faziam sentir nesta região. Encontra-se como um ponto chave dentro da rota de A Mariña de Lugo da Galicia Birding.
Seguimos em direção ao Farol de Punta Atalaia ou San Cibrao, pela estrada LU-P-2607 e depois pela LU-862. Talvez o menos imponente e o que não impressiona tanto. O primeiro farol foi construído em 1864, e restaurado posteriormente nos anos 20. A torre é ligeiramente cónica de granito cinzento-claro.
Na atualidade, consta de duas torres uma primitiva e outra mais esbelta graças ao branco e a uma faixa preta colocada debaixo da primeira varanda. Ao redor existe uma área recreativa a partir de onde é possível observar os Farallóns e três ilhas incluídas na Relação de Espaços em Naturais.Este farol eleva-se a 41 metros sobre o solo, tem um alcance de 20 milhas náuticas.
O ultimo percurso deste dia foi de 30 minutos, 24 quilómetros pela N-642 sempre junto à costa, até à cidade de FOZ onde dormimos.
Em Foz, antigo porto baleeiro, o mar transforma-se em praia: A Rapadoira, Llas, Peizás, Arealonga. Perto de 15 km de praias de finíssima areia branca marcam esta ria. As suas marismas acolhem uma das maiores colónias de aves aquáticas do noroeste, que são vigiadas a partir das alturas das falésias vizinhas por gaivotas, pardelas e alcatrazes. A Ria de Foz é um paraíso natural não apenas para as aves, mas também para os amantes dos desportos náuticos: surf, windsurf, kite, canoagem e vela. Aqui, os caçadores de baleias passaram a ser caçadores de ondas. Surfistas que enchem de ambiente as noites de verão.
Ao jantar não poderia faltar o "pulpo". A 2 minutos do hotel estava o restaurante "portovello". Um conselho de quem vive na terra e que nos disse que era o melhor lugar para degustar o polvo típico.
Por sorte, era a noite da festa em honra da padroeira da cidade. Nossa Senhora do Carmo, padroeira dos marinheiros e dos pescadores, onde fazem procissões e oferendas ao mar. As ruas ficaram cortadas porque bem cedo se começou a preparar as ruas com tapetes de flores e cores, quase como as nossas procissões do dia de Corpo de Deus.
DIA 4
Este 4º dia seria passado pela costa norte entre FOZ e OVIEDO, fazendo a N-634.
20 minutos depois de sairmos, a primeira paragem foi na conhecida a praia de As Catedrais (Las Catedrales), declarada Monumento Natural, é uma das mais famosas de toda a Galiza. É conhecida mundialmente por suas formações rochosas criadas pelo vento e pela água, que levaram a criar curiosas formas que ficam a cargo da imaginação do visitante. Quando baixa a maré é possível descalçar-se e caminhar sob cavernas de grande altura e descobrir arcos dentro de outros arcos. A visita com maré alta pode ser feita do alto da falésia, mantendo a devida distância de segurança. É necessária a reserva de entrada nos meses de julho, agosto e setembro. Também durante a celebração da Semana Santa (entre março e abril). A entrada é gratuita. Não conseguimos descer, porque a maré não permitiu.
A 12 quilómetros de distância está o Faro de Isla Pancha ou Faro de Ribadeo. Está situado na ilha Pancha perto de Ribadeo e está ligado por uma ponte de cimento. É uma construção quadrada muito a nível da terra, de fachadas brancas e azuis. A lanterna está no telhado de quatro águas, com outra fonte de luz à esquerda com a mesma decoração. O Farol centra-se em dois edifícios na Ilha Pancha: o farol original, construído em 1857 para guiar a navegação na ria, foi substituído em 1983 pelo farol atual, mais moderno e automatizado, e posteriormente convertido num alojamento turístico com capacidade para 4 pessoas. Tem 2 quartos, 2 camas e 1 casa de banho. A construção do primeiro faro foi iniciada em 1857 para assinalar a entrada da ría de Ribadeo e foi inaugurado em 1859, embora algumas fontes mencionem 1860 ou 1880.
Era hora de procurar um lugar para almoçar. A nossa escolha foi toda ela à base de Atum. A 20 minutos viagem, parámos em Tapia de Casariego, no restaurante "La Marina". Uma maravilha. Era a época da pesca do atúm, e foi o que comemos.
Depois de almoçar fizemos a estrada N-634 em direção ao Farol de Cabo Busto.
Imensidão, paz e tranquilidade são as sensações que se têm quando se olha para o mar a partir deste lugar. Falésias impossíveis sobre o Golfo da Biscaia, praias rochosas e horizontes a leste e oeste.
Inaugurado a 1 de abril de 1858, encontra-se rodeado de altas falésias, que alcançam mais de 80 metros de altura e com 90% de inclinação vertical. Assusta para quem tem vertigens.
30 minutos de viagem e 25 quilómetros depois, parámos no Cabo Vidio. Outro lugar imponente.
Continuando pela costa encontramos o Farol de Cabo Vidio, junto à localidade de Oviñana no município de Cudillero. As vistas deste farol são simplesmente espetaculares., pois ergue-se sobre um penhasco a mais de 100 metros acima do nível do mar. Em dias claros, é possível avistar o Cabo Peñas a leste e a Punta de Estaca de Bares (Galiza) a oeste. Mas neste lugar há qualquer coisa de especial. Talvez tenha a ver com esta atmosfera diferente o facto de ser um ponto geograficamente estratégico (é o segundo ponto mais setentrional das Astúrias). É também o local do último farol construído nas Astúrias e um dos mais recentes construídos em Espanha, em meados do século XX, mais concretamente no ano de 1950.
A falésia do Vidio é espetacular, feita de quartzito e ardósia justapostos e alinhados como se fosse uma imensa escultura rochosa, a tal ponto que, logo abaixo do farol, existe uma grande cavidade natural, encimada por uma cúpula arredondada que atinge sessenta metros de altura, e por isso é conhecida como "la iglesiona". E como se tudo isto não bastasse, nos arredores do Cabo Vidio, em direção a oeste, ao parque de estacionamento, e perfeitamente localizado na costa, com vistas que o farão calar, tem uma série de bancos - para que possa fazer todo o percurso - onde pode contemplar toda a costa, com as suas praias e falésias, da forma mais tranquila e silenciosa, e se virar os olhos verá as "brañas" que descem para surfar as ondas que há milhões de anos salpicam o eternamente sugestivo Cabo Vidio...
O dia passou depressa demais e já não conseguimos visitar Cudillero, Faro de Cabo Peñas. Ainda tínhamos 70 quilómetros e 50 minutos de viagem até Oviedo, onde fomos dormir. Depois de um duche, tempo para esticar as pernas pela parte histórica de Oviedo e jantar o famoso "Cachopo", que é um prato típico das Astúrias, no norte da Espanha, que consiste em dois filés de vitela empanados e fritos, recheados com presunto e queijo. É um prato robusto e generoso, muitas vezes servido com guarnições como batatas fritas, pimentões ou salada, e é um símbolo da gastronomia asturiana.
DIA 5
Este era o dia de montanha. Saímos de Oviedo com aquela chuva típica de neblina em direção ao topo de La Farrapona a 1.707 metros de altitude. Lugar mítico da Vuelta.
A opção do percurso neste dia foi pela AS-228 em direção ao mirador del Puerto de Ventana a 1.587 metros de altitude e onde se dá a divisão das Astúrias com Castilla e Léon. Foi sem dúvida a melhor opção.
Em Proaza, sair da estrada principal e fazer a SENDA DEL OSO, junto a um rio. vale a pena. Para os amantes de bicicleta, é um dos sitios imperdiveis. Depois da Rota dos Cares, a Senda del Oso é o percurso mais popular da nossa região. E não é para menos. A sua envolvência, a possibilidade de ver ursos e o facto de todo o percurso ser pedestre tornam-no perfeito para toda a família, seja a pé ou de bicicleta. Esta última opção é um ótimo incentivo para os mais pequenos. É também a melhor forma de fazer uma grande parte do percurso, uma vez que este tem um total de nada menos que 48 quilómetros. Depois em Caranga de Abajo, fomos ao embalse de Valdemurrio. Lugar que com sorte se consegue ver na montanha os ursos em estado selvagem, ( acho que conseguimos ver, apesar de alguns céticos dizerem que eram pedras). Fica a dúvida.
Nesta área tem um ponto de turismo sobre a região. Nós regressamos para continuarmos na mesma estrada mas por perto existem muitos lugares para explorar.
Durante este percurso na estrada AS-228, saliento o Desfiladero la Estrechura que é um impressionante desfiladeiro natural e uma estrada cénica em Teverga nas Astúrias, que funciona como um passagem entre as províncias de Astúrias e Leão, atravessando o Puerto Ventana. Esta formação geológica, criada pelo rio Páramo, é conhecida pela sua beleza natural e importância histórica, arqueológica e geográfica. Encontramos sempre gente de várias partes do planeta. Estes companheiros são do norte da Escócia das Highlands.
Chegados ao Mirador del Puerto de Ventana, era tempo para descansar e contemplar a paisagem. O outro lado das Astúrias. O Puerto de Ventana é uma subida de montanha em Espanha, conhecida pelo seu percurso cénico através da Cordilheira Cantábrica. É uma passagem de montanha que se tornou uma presença regular na Vuelta a España. A sua origem é uma questão de geologia e de localização geográfica como uma das passagens de montanha que ligam a região das Astúrias a Castela e Leão, tendo-se formado ao longo de milhões de anos através de processos geológicos.
O Parque Natural de las Ubiñas la Mesa, situado ao sul das Astúrias, graças à sua riqueza biológica e seu bom estado de conservação, este Parque Natural foi declarado Reserva da Biosfera pela UNESCO no ano de 2012. É um território de montanha em que se destaca o maciço de Peña Ubiña, a segunda montanha mais alta da região, já que supera os 2.400 metros.
Compreende os conselhos de Teverga, Quirós e Lena. Apesar de dominar o faial, em sua superfície encontram-se mais da metade das famílias vegetais asturianas. A fauna cantábrica está muito bem representada neste território, com espécies como o urso pardo. Entre as águas que passam pelo Parque Natural de las Ubiñas-La Mesa, destaca-se o desfiladeiro formado pelo rio Val de Sampedro, onde se encontra Cueva Huerta, declarada Monumento Natural. A sua paisagem foi modelada durante séculos por uma exploração dos recursos baseada, sobretudo, na pecuária. Por isso, aos valores arqueológicos e arquitetônicos da área é preciso acrescentar sua riqueza etnográfica, já que sua população soube conservar tradições locais e artesanato, gastronomia e folclore próprios.
Depois entramos no Parque Natural dos Vales Babia y Luna, uma joia no coração da Cordilheira Cantábrica com elevações notáveis como os Picos Albos, Peña Orniz, Alto de la Cañada e a imponente Peña Ubiña com 2.417 metros de altitude, um dos picos mais deslumbrantes da Cordilheira Cantábrica.
Mergulhamos nesta história enquanto os picos e vales contavam as antigas lendas dos reinos das Astúrias e de Leão. Um testemunho etnográfico das montanhas leonesas, com tradições de transumância e ligações com raças autóctones como os cavalos hispano-bretões e os mastins leoneses.
"Você está em Babia"! Esta expressão universal usada para descrever um estado de encantamento que pode ter a sua origem no passado, quando os reis leoneses a escolheram como local de caça e de fuga aos problemas da corte. À pergunta "onde está o rei?", a resposta foi "ele está em Babia!", indicando que "Sua Alteza não queria saber nada de nada". Outra teoria é que a expressão nasceu devido ao egoísmo em que os pastores caíam quando estavam longe de suas terras. Não esqueçamos a forte tradição nómada da região de Babia.
Na localidade de Torrestío, virar à direita em direção a La farrapona. A estrada já foi alcatroada em 2024 para que a "vuelta" subisse a serra por esse lado. São cerca de 3 quilómetros.
Chegados ao alto de La Farrapona, mitica etapa da Vuelta, era tempo de descansar. Aproveitar a paisagem. Planificar a descida em direção a Pola de Somiedo, onde iríamos almoçar. 45 minutos de viagem, 23 quilómetros.
Descemos pela estrada SD-1 e depois apanhamos a estrada AS-227 em direção a Pola de Somiedo. A descida é bastante agradável. curvas apertadas, um Stelvio em ponto pequeno, mas interessante de se fazer e disfrutar da beleza da paisagem.
Chegados a Pola de Somiedo, era hora de almoçar. A escolha foi a Sidrería Parrilla Carión. Esperámos 1 hora porque já chegamos tarde. Deu para fazer uma caminhada a pé pela aldeia em pleno vale.
Terminado o Almoço, já bastante tarde, não conseguimos parar no Puerto de Somiedo. O tempo não permitiu. Muito nevoeiro. Foi pena.
Descemos a Piedrafita de Babia pela LE-495 e depois pela CL-626 em direção a Villablino. Todo este percurso foi feito sempre junto ao rio Sil até Ponferrada. 1 hora e 50 minutos de viagem, com 100 quilómetros até ao hotel.
Em Ponferrada ainda conseguimos dar uma caminhada a pé pelas ruas do "casco antiguo", beber uma caña e relaxar o corpo. O dia foi longo.
DIA 6
Este era o dia de regresso a casa. Ainda tínhamos umas boas curvas pela frente até Lamego.
A primeira paragem foi em Las Médulas a 40 minutos de Ponferrada e a 30 quilómetros de distância. A estrada que fizemos foi a LE-6221 até ao mirador de Orellán, Parking el Valgón. Depois foi uma caminhada de 500 metros até ao mirador.
Las Médulas está situada na região leonesa de El Bierzo. Este pequeno núcleo de montanha é a entrada natural para visitar Las Médulas, uma paisagem cultural única que foi declarada Patrimônio da Humanidade pela UNESCO.
O perfil denteado destas montanhas de argila vermelha e cobertas de castanheiros se deve aos romanos, que modelaram o espaço natural ao estabelecer aqui uma mina de ouro a partir do século I d.C.Para isso, bolaram um engenhoso sistema denominado ruina montium, que aproveitava a força hidráulica para fragmentar a terra e deixar o ouro exposto.
Os dois séculos que durou a exploração mineira da área permitiram configurar o peculiar relevo de Las Médulas. Cárcavas de argila vermelha, torres e galerias subterrâneas rodeadas de castanheiros compõem esta paisagem cultural. Picos de mais de 100 metros de altura conduzem ao centro da jazida de ouro, à Cueva Encantada e à Cuevona.A 8 quilômetros de Las Médulas, o Mirante de Orellán oferece uma das melhores vistas de todo o conjunto.Já na localidade de Las Médulas você pode conhecer o material em exposição na Aula Arqueológica, que oferece grande quantidade de informação sobre a história desta singular jazida romana.A região do Bierzo, por onde passa o Caminho de Santiago, proporciona outras visitas interessantes, entre elas Villafranca del Bierzo, Cacabelos e o mosteiro de Santa María de Carracedo.
Infelizmente, em agosto uma grande parte de Las Médulas ardeu. Inclusive o Mirador de Orellán que era uma estrutura de madeira. Creio que ainda está fechado ao público.
No regresso a casa, fizemos a N-120 em direção a A Rùa, passando por O Barco. Depois fizemos a OU-533 direção A Gudiña.
Durante este percurso, passámos pela regiao vinicula de Valdeorras. Pouco conhecida esta região da Galícia, no noroeste da Espanha, tem vinhas plantadas em terraços íngremes, protegidos da influência do oceano Atlântico por uma cadeia de montanhas.
Além de vinhos comerciais produzidos com a uva Garnacha Tintorera (Alicante Bouschet), com vinhedos de alta produtividade, alguns bons produtores resgataram a casta Godello, que foi quase totalmente devastada pela filoxera na região. A uva Mencia, famosa pelos vinhos elegantes da região de Bierzo, origina aqui vinhos tintos expressivos e cheios de fruta, deliciosamente fáceis de serem bebidos.
Localizada em uma comunidade autônoma da Galícia, no noroeste da Espanha, a região de Valdeorras possui clima mediterrâneo continental, com influência marítima. A temperatura média é de apenas 11ºC e a incidência solar ultrapassa 2.000 horas, entre os meses de março e setembro.
Os vinhedos são cultivados em uma altitude de 300 a 700 m, propiciando condições perfeitas para dar origem a exemplares de alta qualidade, como o vinho branco seco, famoso na região. Em toda sua extensão territorial, Valdeorras possui 1.300 hectares de vinhedos, apresentando uma ampla diversidade de solos.
As uvas brancas encontradas na região são Dona Branca, Godello, Treixadura, Loureira, Albariño, Torrontes e Palomino. Já as variedades tintas mais encontradas são as uvas Mencía, Garnacha Tintureira, Merenzao, Tempranillo, Espadeiro, Merenzao, Brancellao, Caíño Tinto e Ferrón.
O vinho de maior prestígio da região espanhola é o branco produzido a partir da uva Godello. A fermentação dessa variedade de vinho é feita em tanques de aço, conferindo-lhe enorme frescor, mineralidade e acidez. Os aromas associados ao vinho branco são os herbais, minerais e florais, além de denotar algumas notas terrosas.
Além de a região ser famosa pelos excelentes vinhos brancos e tintos que origina, Valdeorras produz também bons espumantes e vinhos de sobremesa. Denominado Escumoso, os espumantes são elaborados com até 85% da uva Godello, a partir do método tradicional, quando a fermentação ocorre após o engarrafamento. Rotulado como Tostados, os vinhos de sobremesa da região podem ser elaborados tanto com a uva branca Godello quanto com as demais variedades tintas, originando ótimos exemplares.
Depois de A Gudiña, optamos por fazer sempre auto estrada até Vilarinho da Samardã, onde almoçamos.
De regresso a casa, era tempo de descansar porque os afazeres de fim de semana regressavam.

Vemo-nos por aí. Um abraço e que Deus abençoe as vossas curvas.